sexta-feira, janeiro 11, 2008

A anónima

"E ele lhe disse: Tem bom ânimo , filha, a tua fé te salvou; vai em paz."
Lucas 8: 48

O que ela queria ser curada, depois de todo o sofrimento passado.
Quanto mais anonimamente possível, melhor. Não que esse fosse o seu mais íntimo desejo, mas porque era assim que as gentes da altura exigiam. Ela era desagradável e incómoda à comunidade.
O anonimato era, por isso, imposto.

Ela o que queria mesmo era intimidade. Queria-se sentar e conversar com Jesus, ser ouvida, ser tratada como pessoa.

Mas age em função do que lhe é imposto.
O toque não é ignorado, e Jesus não cede à sociedade.

Chama-a de filha e conversa com ela. A intimidade nunca é rejeitada pelo Senhor.

quarta-feira, janeiro 09, 2008

O dia de descanso

Sim, continuo a ler Eugene Peterson (a coisa está para durar)...
Ele fala do dia de descanso.

Não, não é do (chamado na gíria) "dia do Senhor", referindo-se ao Domingo. Os outros dias serão de quem? Duas considerações:
1- Todos os dias são do Senhor.
2- O "dia do Senhor" refere-se, muitas vezes, à segunda vinda de Jesus.

... O dia de descanso. É talvez o mandamento mais desobedecido nas nossas igrejas.
Antes era forçado pelos fariseus, hoje é diluido pelos nossos trabalhos. Ambos pecam.

A paragem é importante, está no mesmo patamar do monoteísmo, do homicídio, do adultério, e do roubo.
A paragem serve para vermos Deus, para , como a criança que tenta acompanhar o passo do pai, andarmos ao ritmo do Senhor. Do nosso pai.


Confesso... tenho andado descompassado.

sexta-feira, janeiro 04, 2008

Tenham lá paciência para ler os dois capítulos e o post que desta vez é grandinho...

Jeremias 28 - 29

"Assim fala o Senhor dos Exércitos, o Deus de Israel dizendo: Quebrei o jugo do rei da Babilónia."
28: 2

"Assim diz o Senhor dos Exércitos... Edificai casas e habitai nelas; plantai pomares e comei o seu fruto."
29: 4-5

Podia, facilmente, falar de como é comum usarmos o "assim diz o Senhor" para nosso proveito. Profetas de bolso, há-os com grande abundância... Mas não o vou fazer.

O Senhor tem uma mensagem pouco esperada para o seu povo exilado. Pouco esperada para quem vê Deus apenas como aquele tem o dever de nos fazer as vontades, de dar-nos coisas boas e fazer-nos sentir confortáveis.

Este povo, fora de casa, o que menos queria era continuar longe do lar. O falso profeta, aproveita o ensejo e granjeia ouvintes ao prometer libertação.
"No fundo, Deus é um deus de lógica... para quê perguntar, ou parar para ouvir? O senso comum diz-nos o que queremos e o que queremos terá que ser o que Deus quer... Que mais quererá Deus senão libertar-nos." - raciocina o popular pregador.

O Evangelho significa boas notícias, mas não propriamente notícias confortáveis, ou então o "bom" de que trata não terá que ser necessariamente o nosso esperado "bom". O evangelho não serve para cumprir caprichos de ninguém, nem para fazer as vontadinhas a meninos nenhuns.

O falso profeta acabou por morrer tristemente.

Porquê? Porque não a libertação?
O exílio era castigo. Castigo pela infidelidade, pelo esquecimento, pelo pecado. Um castigo tem propriedades pedagógicas, só é útil se nos ensina alguma coisa.
O povo, pelos vistos, já tinha esquecido a razão de estar ali.
O povo, como uma criança qualquer fechada no seu quarto de castigo, já só pensava na sua miséria, e no "agora", e que o "agora" doía, e era isso que interessava para eles. Amuava. Nem lhes passava pala mente a razão de estarem ali.

Deus decidiu não os libertar. A vara tem que tocar no lombo para ensinar alguma coisa. E a vara ainda estava a caminho do povo. Mas não só... Deus quiz ensinar outra coisa ao povo.

Onde Deus quer que vivamos não é onde não estamos, não é onde supostamente deveríamos estar se isto ou aquilo não tivesse acontecedo. Deus quer que vivamos onde estamos.

Onde estamos é a terra prometida

quarta-feira, janeiro 02, 2008

Um post pessoal

Senhor, dá-me a Tua paixão pelo ser humano...
Mais paixão pelas almas, tal que me obrigue a fazer tudo, a todas as alturas, de todas as formas e com tudo o que tenho, para levar outros a Ti!

Dá-me a Tua visão, o Teu plano, o caminho que queres que percorra, por onde é, e capacita-me a caminhá-lo.
Ajuda-me a morrer... morrer para as minhas "belíssimas" ideias, ajuda-me a deixar a minha vontade e a agarrar a Tua.
E fazer, não, mais ainda (fazer é pouco...), a Ser quem Tu queres que seja.

Dá-me persistência para buscar a santidade, para me levantar sempre que caio, para aprender mais depressa com os meus erros, para ser mais puro, para detestar mais o pecado.
Eu peço-te por mais sensibilidade ao pecado, a satanás, ao que não é Teu, eu quero resistir mal apareçam... até antes de aparecerem.

Eu peço-te tudo, porque a obra é Tua, só Tu podes fazer o barro ganhar vida... mas o barro sou eu.
E há, de certeza, uma parte substancial desta caminhada, que decidiste nem sei porquê, pôr nas nossas mãos.
Uns dizem que é "Temor-do-Senhor", eu digo também, dar os passos, permanecer, buscar, obedecer...
Aí não tenho direito, nem darias se o fizesse, de pedir que ajas por mim. Aí.. tenho de assumir compromissos.

Comprometo-me a amar
Comprometo-me a ver
Comprometo-me a buscar.