Li J. Gresham Machen. Não conhecia. É muito bom.
O livro “Christianity and
Liberalism” trata de um problema que assolou a igreja cristã no século XX, a
teologia liberal. Não pensemos, no entanto, que este já não é um problema atual
nas igrejas. Apesar de não ser geralmente tratado na academia, tal como uma
erva daninha que mesmo depois de a arrancarmos deixa a sua raíz para depois
nascer novamente, hoje ainda vemos sinais perigosos de contínua aproximação a
esta teologia.
Parte do mal do liberalismo vem
por afirmar verdades teológicas de forma parcial.
Em primeiro lugar, enfatizam a
humanidade de Jesus e a identificação de Deus com a Sua criação, mas não
exaltam nem se humilham perante a sua transcendência e santidade. Para o
liberalismo, Deus é como que um de nós de forma exaltada, e Jesus foi o
primeiro cristão que nos serviu de exemplo. Diminui-se Deus.
Em segundo lugar, o homem tem em
si mesmo a capacidade para ser como Deus através da imitação de Jesus que visa
o seu crescimento moral. No liberalismo teológico, homem é exaltado.
Em terceiro lugar, o sacrifício
vicário de Jesus é visto como um modelo para o nosso viver sacrificial em prol
dos outros. O liberalismo rejeita o sacrifício de Jesus na cruz como sendo
redentor.
Os milagres são rejeitados porque
o sobrenatural não é visto como algo que acontece na história do homem. O
liberalismo é deísta. Afirmam que Deus não tem interesse nem influência direta
na vida do homem. O relacionamento da fé está numa outra esfera que não a da
vida diária.
Em muitas destas afirmações
encontramos parte de alguma verdade, e este é o grande problema. Quando omitem
toda a verdade, até essas “verdades” afirmadas, tornam-se altamente enganosas e
blasfemas.
Ao lermos tudo isto, parece que
está tudo muito distante do que nós pensamos atualmente como evangélicos. No
entanto, de acordo com Carl Truman, não está.
Hoje atrai-nos muito mais, e até
chega a ser pregado de púlpitos, um Deus que nos serve e que funciona em função
de nós. Frases como “tu és capaz”, “vai tudo ficar bem”, “tu vais vencer”, “a
salvação é uma sinergia”, e outras que agora não me ocorrem, são uma forma
seminal de exaltação do homem. No fundo, não somos assim tão maus.
Na nossa relação com Deus também
vemos marcas desta praga perniciosa do liberalismo. Deus não tem a ver com a
nossa vida prática. Deus tem alguma palavra a dizer quando se trata de assuntos
religiosos, mas de questões como carreira, lazer, família, dinheiro, etc. esses
são assuntos “meus”.
Uma das conclusões do autor é que
o liberalismo não é uma forma alternativa de cristianismo. O liberalismo, pura
e simplesmente não é cristianismo!
Examinemos as nossas vidas e as
nossas igrejas para não nos afastarmos de tal forma de Deus e da fé verdadeira
que, daqui a uns anos, sejamos apenas nominais no nosso cristianismo.
Algumas citações virão em boa
altura nos próximos dias.

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