A igreja é “o grupo de seguidores de Jesus que creem nEle como Salvador e Senhor e que congregam num mesmo lugar, comungando de uma mesma vida em Cristo, por causa de Cristo”. Isto é o que chamamos de Igreja local. Uma Igreja num local, com vida própria, deveres e privilégios que se circunscrevem aos cristãos que congregam geograficamente num mesmo espaço. Um bom exemplo disto encontramos em relação ao governo da Igreja. Eu devo submissão à liderança da Igreja local onde sou membro, mas não devo essa mesma submissão à liderança de outra qualquer igreja, nem tão pouco a liderança de outra qualquer igreja local deve pastorear a minha vida.
A questão que pode surgir à nossa mente, quando lemos esta
explicação é, “então qual é o relacionamento que tenho com outros crentes
noutros lugares no mundo?” Esta é uma questão muito importante porque nos vai
levar exatamente ao que queremos tratar hoje, a Igreja universal. Em poucas
palavras, enquanto aqui vivemos a realidade que desfrutamos é a da igreja local.
O relacionamento que temos com outros
irmãos em outras igrejas locais deve ser o de amor fraternal em Cristo. No
entanto, devemos salientar que o meu compromisso de edificação mútua, começa e
tem a sua prioridade nos meus irmãos da Igreja local onde pertenço.
A Bíblia
fala muitas vezes sobre a igreja, mas nem sempre o faz da mesma forma. Por
vezes, a Igreja é um grupo de pessoas que se reúnem num determinado lugar. Há clareza
quanto a quem pertence e quem não pertence a essa igreja, ao ponto de se falar
em exclusão de membros. Vemos um exemplo disso na primeira Epístola de Paulo
aos Coríntios, “…à igreja de Deus que está em Corinto, aos santificados em
Cristo Jesus, chamados para ser santos, com todos os que em todo lugar invocam
o nome de nosso Senhor Jesus Cristo, Senhor deles e nosso.” (…) “Pois com que
direito haveria eu de julgar os de fora? Não julgais vós os de dentro? Os
de fora, porém, Deus os julgará. Expulsai, pois, de entre vós o malfeitor.” (I
Coríntios 1:2, 5:12-13). No entanto, outras vezes a Igreja é falada como algo
universal. Os crentes de todos os tempos e de todos lugares, “Vi também a cidade santa, a nova Jerusalém, que descia do céu, da
parte de Deus, ataviada como noiva adornada para o seu esposo. Então, ouvi
grande voz vinda do trono, dizendo: Eis o tabernáculo de Deus com os homens.
Deus habitará com eles. Eles serão povos de Deus, e Deus mesmo estará com
eles. E lhes enxugará dos olhos toda lágrima, e a morte já não existirá,
já não haverá luto, nem pranto, nem dor, porque as primeiras coisas passaram.”
(Apocalipse 21:2-4). Como é que compreendemos esta diferença?
A Igreja tem duas formas de existir. Ambas refletem e significam o
mesmo, mas cada uma acontece num determinado tempo. Existem duas realidades
para a Igreja, a Igreja local e a Igreja universal. A igreja local é a
realidade que vivemos na era presente. Esta é forma que mais encontramos na
Bíblia quando lemos acerca da igreja. A igreja local é o grupo de pessoas que
creem no Senhor Jesus Cristo como Senhor e Salvador e que assumem um
compromisso de congregar num determinado lugar. Haveremos de voltar a este conceito
quando falarmos de governo, ofícios e membresia na igreja. A Igreja universal,
por outro lado, é a totalidade dos salvos por Jesus de todas as eras e de todos
os lugares.
Como a Igreja é uma assembleia reunida, a realidade da Igreja
universal nunca pode ser vivida nesta vida. Por isso, aqui na terra vivemos a Igreja
local. Percebermos esta distinção é de extrema importância para a nossa vida
cristã.
A realidade plena da Igreja universal será vivida apenas na
glória. Apenas no céu estaremos todos juntos, todos congregados, todos
simultaneamente em comunhão com o Senhor Jesus.
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