Continuamos a nossa caminhada em Eclesiologia. O propósito do tempo e espaço dedicado a este assunto é amarmos mais a igreja como Corpo de Cristo, e entendermos cada vez melhor a seriedade e o mandato de Deus para a igreja local. Relembro que estamos a estudar quatro termos que definem a igreja e que saíram do concílio de Nicéia. Ali definiu-se a Igreja como sendo Una, Santa, Católica e Apostólica. Todos estes termos são aplicáveis tanto à igreja local quanto à igreja Universal.
A nossa intenção hoje é tratar da “santidade da igreja”.
Quando se ouve falar de santidade, muito do que temos em Êxodo e
Levítico é trazido à memória. O Pentateuco mostra-nos quem é Deus, quem somos
nós, quem é o Seu povo e que relação tem a santidade de Deus com o Seu povo.
Em poucas Palavras, Deus é Santo e porque Deus é Santo, a ligação
com o Seu povo é direta. Porque o povo de Deus pertence a Deus, o povo de Deus
deve ser santo, como lemos em Levítico 19:2 “Fala a toda a congregação dos
filhos de Israel e dize-lhes: Santos sereis, porque eu, o SENHOR, vosso Deus,
sou santo.”
Então, tendo dito isto, é importante esclarecer algo muito
importante. O que significa ser santo?
Nós vivemos numa cultura que vê a santidade de uma forma meramente
moral, e de forma hierarquizada. Isto quer dizer que, a pessoa chamada santa é
assim por causa de alguma obra ou coisa que tenha feito em vida. Isso significa
que por causa dessa classificação, essa pessoa é vista como superior a outra
pessoa qualquer. Neste caso, a santidade depende de cada indivíduo e serve o
bem esse mesmo indivíduo.
A santidade para a qual somos chamados por Deus, está intimamente
ligada a Deus e não a nós, e aponta toda ela apenas para Deus e nunca para nós.
“Santo” significa separado, ou então consagrado, diferente. Deus é
santo porque não há ninguém como Deus.
Quando Deus salva alguém, a Bíblia ensina que essa pessoa é logo
feita filha de Deus. Ou seja, essa pessoa, mesmo ainda vivendo na terra, ao ser
salva, é logo separada para Deus, como Sua propriedade. Por outras palavras, na
conversão, há um momento claro em que somos feitos plenamente santos porque
quando Deus nos converte, Ele está a adquirir-nos para Si e a separar-nos, pela
obra e méritos de Jesus Cristo na cruz, que pagou o nosso preço.
No entanto, todos sabemos que, mesmo depois da nossa conversão,
infelizmente, ainda lutamos e ainda não somos completamente separados nem
consagrados para Deus. Podemos dizer que, ao sermos salvos por Deus, começamos
uma caminhada de aperfeiçoamento e crescimento espiritual em direção a Ele que
culmina na Glória eterna. A esse processo chamamos de santificação.
O que é importante percebermos é que ao mesmo tempo que estamos a
caminho da perfeição, Deus já nos resgatou completamente, e somos completamente
santos pelos méritos de Cristo na cruz, como podemos ler em João 1:12, 5:24:
"Mas, a todos quantos o receberam, deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus, a saber, aos que creem no seu nome" (João 1:12)
"Em verdade, em verdade vos digo: quem ouve a minha palavra e crê naquele que me enviou tem a vida eterna, não entra em juízo, mas passou da morte para a vida." (João 5:24)
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