terça-feira, novembro 27, 2012

Graça

Continuo a ler o livro que vos citei da última vez. Sou um leitor muito lento, pouco perspicaz, com má memória, mas com boa intenção (noto algum paternalismo de mim para mim). Este livro ainda vai render algumas semanas.
J .I. Packer vem falar do mau relacionamento que temos com a prática da Graça de Deus nas nossas vidas.
Eu julgaria, à primeira vista, que fosse ao contrário. Tudo o que nos aproxima a um relacionamento com Deus seria o favor que Ele nos concede. Receber esse favor é algo agradável...
Mas ele explica e eu passo a concordar.
Se nos atrai algum tipo de favor que Deus (devia escrever em minúsculas, já percebem porquê) tem para connosco, não é a Sua Graça. porque a Graça só é Graça se formos confrontados com o nosso pecado e a nossa miséria. Se não é a graça, então, também o favor que, pensamos, nos está a ser oferecido, não vem de Deus, vem, antes de deus (algum deus criado, idolo, para nosso prazer)

O nosso quase nulo relacionamento com a Graça de Deus é entendido porque pensamos de forma alta demais em relação a nós. São quatro as áreas que J. I. Packer sublinha:

1- "A maldade moral do homem."
Nós não somos bonzinhos. A realidade é que não prestamos para nada. somos maus.

2- "A justiça retribuidora de Deus."
Deus é justo e não "deixa passar" o pecado. Ele castiga, e repreende justamente quem peca. Logo, todos somos dignos de grave penalidade, o inferno.

3- "A impotência espiritual do homem."
O homem não pode fazer nada para alterar esta situação.

4- "A liberdade soberana de Deus."
Deus não tem obrigação nenhuma em fazer o que quer que seja por nós.

Perceber a Graça de Deus passa por perceber isto intimamente e depois entender que mesmo assim, miseráveis impotentes e perdidos, Deus decidiu salvar-nos.
"A Graça de Deus é o amor livremente demonstrado para com pecadores culpados, contrariamente ao seu mérito e, de facto, num verdadeiro desafio à sua falta de mérito."

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