Acabei de ler mais um livro, "O pastor e o aconselhamento" de Jeremy Pierre e Deepak Reju.
Para além do nome do segundo autor fazer-me sempre lembrar Tupack Shakur (nem sei se é assim que escreve), este foi um livro bastante útil, tal como o anterior de Jonathan Leeman.
O aconselhamento é grande fatia do trabalho pastoral. É um trabalho lento, gradual, sem sucesso garantido, mas imprescindível.
A tese dos autores é que os pastores foram chamados para cuidar de pessoas e aconselhar é cuidar de pessoas.
O objetivo do aconselhamento Bíblico é levar a pessoa a reconhecer Deus e a Sua obra na sua vida. Visamos que aquele que está em dificuldade conheça melhor a Deus, dependa dEle e seja curado por Ele.
Este é um livro muito prático com instruções diretas em todas as fases do aconselhamento.
Nem sempre teremos sucesso nesta caminhada. Não temos sucesso por defeito nosso, por falta de determinação do outro, por falta de confiança no pastor, etc. Ninguém pode obrigar outro a ser aconselhado, ninguém pode obrigar o outro a fazer determinadas tarefas e 80% do trabalho neste processo deve ser feito pelo aconselhado em vez de pelo aconselhador.
Este ministério é provavelmente dos que mais desgastam as vidas dos pastores. É tão fácil entrarmos nos problemas dos outros, desanimarmos com a falta de resultados, perdermo-nos nos encontros e na frequente manipulação de muitos pacientes. A solução de alguns pastores é negligenciar este trabalho. Ao fazermos isto, estamos a negligenciar o chamado que Deus nos fez e ao próprio Corpo de Cristo.
Por outro lado, devemos pedir continuamente ao Senhor por discernimento para saber até onde podemos ir. Devemos ter a capacidade para saber quando parar o aconselhamento.
Paramos o aconselhamentopor várias razões: Por estar resolvido o problema, por falta de resultados, por estarmos perante um problema que sai da nossa capacidade (geralmente problemas do foro médico ou psíquico), etc. Mas é importante dizer que parar o aconselhamento não significa abandonar a pessoa. É importante, como pastores, se estamos a tratar de um membro da igreja que pastoreamos, mantermos um acompanhamento regular, amoroso e discipulador.
Depois de ler este livro percebi a quantidade enorme de erros de abordagem, e de organização que tenho cometido no aconselhamento que tenho prestado. Percebo que é um ministério em que tenho a crescer muito. Peço a orientação do Senhor para que me possa capacitar.
"Amarás o Senhor, teu Deus, de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de todo o teu pensamento...Amarás o teu próximo como a ti mesmo." Jesus Cristo
quarta-feira, agosto 14, 2019
segunda-feira, agosto 12, 2019
Igreja
Acabei de ler o livro de Jonathan Leeman, "A Igreja e a surpreendente ofensa do amor de Deus". É um livro denso, com letras pequenas e um número de páginas acima da média. Também é um dos melhores livros que já li acerca da Igreja. Eclesiologia aqui é tratada como a vida da igreja local. Sejamos diretos e claros, a igreja global será vivida apenas na glória.
Por vezes sinto que colocamos o "carro à frente dos bois", neste assunto. É muito conveniente (a ênfase na igreja global e não na local) porque, para além de parecer muito espiritual, torna-se o alibi perfeito para não valorizarmos "esta visão tão legalista e mundana que é a igreja local…", "somos superiores a isso", pensamos (embora nunca o digamos…).
Eclesiologia é daqueles assuntos da teologia em que, todos nós temos uma opinião. Todos sabemos quem deve mandar, como devem ser as reuniões, como devemos viver, como deve ser um pastor, quem tem autoridade, se há autoridade sequer, etc.
Por isso, falar acerca a igreja local é como entrar num ninho de vespas, em que cada um tem o seu ferrão, e cada uma pensa da sua maneira. Por outro lado, a realidade é que a visão de igreja local tem sido tão diluída e confundida com uma visão consumista e individualista que, em muitos casos, só podemos assumir humildemente que, temos perdido o foco do que a Palavra de Deus tem como propósito para a Igreja de Jesus Cristo.
A forma como entendemos o amor no nosso mundo é central para a Igreja. Culturalmente, o amor justifica tudo, tolera tudo e não julga. Aliás, se eu julgo ou rejeito alguma coisa, já não amo.
No entanto, o amor de Deus e o amor que a igreja é chamada a viver não tolera e muitas vezes, julga. O amor de Deus visa a Sua glória, logo, tudo o que rejeite a sua glória é rejeitado pelo Seu amor.
A igreja é chamada a amar desta forma, o alvo maior do amor é dar o melhor ao outro, e o melhor é Deus. O amor de Deus colocado nos nossos corações, volta para Deus com adoração e glória. Deus não nos ama por nós mesmos, mas ama-nos para Sua Glória.
É este conceito que traz sentido à vida da Igreja, à importância da membresia e da disciplina.
A membresia, apesar muito criticada por muitos pensadores evangélicos, é extremamente importante. Basta dizer isto, se não há membresia, a Igreja é tudo e a Igreja é nada. Se querem saber mais leiam o livro (ele explica muito melhor do que eu)...
A disciplina, ainda mais rejeitada, é um ato de amor. A igreja que ama a Deus e ama o seu irmão, disciplina para que a Glória de Deus seja recuperada na vida daquele que A tem rejeitado.
A membresia e a disciplina entram em harmonia quanto alguém vive em pecado não arrependido e a Igreja percebe que a pessoa não tem o Espírito de Deus, logo, não é Igreja, logo é excluída.
A grande notícia que a igreja tem que abraçar é que ela foi criada por Jesus, e foi-lhe dada autoridade para julgar, decidir e ser representante de Jesus na terra. Aliás, só a igreja tem esta autoridade dada por Deus na terra.
O que faz com que a vida cristã só pode ser vivida na comunhão com a igreja. Só a igreja tem a autoridade para confirmar os sinais da salvação (que não é o mesmo que dizer que a igreja salva… não é isto que estou a dizer.), só a igreja tem a autoridade e a capacidade para admoestar, encorajar, ensinar, sujeitar o cristão a vivar em obediência à Palavra de Deus.
Finalmente, Leeman fala de aspetos práticos. Não posso esperar que os membros vivam de acordo com o Evangelho ou de acordo com o que é esperado deles se não lhes informarmos, amorosamente como devemos viver. Este livro ajudou-me a perceber a importância de algo que eu não valorizava tanto que é a organização dos registos. O rol de membros, um documento que defina os termos da nossa aliança de membresia, uma declaração de missão, uma declaração de fé, são tudo documentos extra-bíblicos que nos ajudam a amar e a orientar os membros da Igreja a viver com Igreja.
Amo mais a Igreja hoje do que quando comecei a ler este livro.
Por vezes sinto que colocamos o "carro à frente dos bois", neste assunto. É muito conveniente (a ênfase na igreja global e não na local) porque, para além de parecer muito espiritual, torna-se o alibi perfeito para não valorizarmos "esta visão tão legalista e mundana que é a igreja local…", "somos superiores a isso", pensamos (embora nunca o digamos…).
Eclesiologia é daqueles assuntos da teologia em que, todos nós temos uma opinião. Todos sabemos quem deve mandar, como devem ser as reuniões, como devemos viver, como deve ser um pastor, quem tem autoridade, se há autoridade sequer, etc.
Por isso, falar acerca a igreja local é como entrar num ninho de vespas, em que cada um tem o seu ferrão, e cada uma pensa da sua maneira. Por outro lado, a realidade é que a visão de igreja local tem sido tão diluída e confundida com uma visão consumista e individualista que, em muitos casos, só podemos assumir humildemente que, temos perdido o foco do que a Palavra de Deus tem como propósito para a Igreja de Jesus Cristo.
A forma como entendemos o amor no nosso mundo é central para a Igreja. Culturalmente, o amor justifica tudo, tolera tudo e não julga. Aliás, se eu julgo ou rejeito alguma coisa, já não amo.
No entanto, o amor de Deus e o amor que a igreja é chamada a viver não tolera e muitas vezes, julga. O amor de Deus visa a Sua glória, logo, tudo o que rejeite a sua glória é rejeitado pelo Seu amor.
A igreja é chamada a amar desta forma, o alvo maior do amor é dar o melhor ao outro, e o melhor é Deus. O amor de Deus colocado nos nossos corações, volta para Deus com adoração e glória. Deus não nos ama por nós mesmos, mas ama-nos para Sua Glória.
É este conceito que traz sentido à vida da Igreja, à importância da membresia e da disciplina.
A membresia, apesar muito criticada por muitos pensadores evangélicos, é extremamente importante. Basta dizer isto, se não há membresia, a Igreja é tudo e a Igreja é nada. Se querem saber mais leiam o livro (ele explica muito melhor do que eu)...
A disciplina, ainda mais rejeitada, é um ato de amor. A igreja que ama a Deus e ama o seu irmão, disciplina para que a Glória de Deus seja recuperada na vida daquele que A tem rejeitado.
A membresia e a disciplina entram em harmonia quanto alguém vive em pecado não arrependido e a Igreja percebe que a pessoa não tem o Espírito de Deus, logo, não é Igreja, logo é excluída.
A grande notícia que a igreja tem que abraçar é que ela foi criada por Jesus, e foi-lhe dada autoridade para julgar, decidir e ser representante de Jesus na terra. Aliás, só a igreja tem esta autoridade dada por Deus na terra.
O que faz com que a vida cristã só pode ser vivida na comunhão com a igreja. Só a igreja tem a autoridade para confirmar os sinais da salvação (que não é o mesmo que dizer que a igreja salva… não é isto que estou a dizer.), só a igreja tem a autoridade e a capacidade para admoestar, encorajar, ensinar, sujeitar o cristão a vivar em obediência à Palavra de Deus.
Finalmente, Leeman fala de aspetos práticos. Não posso esperar que os membros vivam de acordo com o Evangelho ou de acordo com o que é esperado deles se não lhes informarmos, amorosamente como devemos viver. Este livro ajudou-me a perceber a importância de algo que eu não valorizava tanto que é a organização dos registos. O rol de membros, um documento que defina os termos da nossa aliança de membresia, uma declaração de missão, uma declaração de fé, são tudo documentos extra-bíblicos que nos ajudam a amar e a orientar os membros da Igreja a viver com Igreja.
Amo mais a Igreja hoje do que quando comecei a ler este livro.
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