Há algum tempo a trás, o meu amigo Tiago, qual arauto que, fielmente, anuncia as boas novas, publicitou (para não usar a palavra anunciar, que fica feio e mal escrito) a tradução para o português de um livro de Timothy Keller, "Falsos deuses", no original, "Counterfeit gods.
Quando soube da feliz notícia, e soube-a pelo meu amigo, já tinha encomendado o livro, juntamente com outros três, do mesmo autor, mas na sua língua original.
De qualquer forma, junto a minha voz à dele, alegrando-me com o facto de, os Católicos terem decidido traduzir um livro de um escritor Presbiteriano e Calvinista.
Acabei de o ler e foi bem investido o dinheiro.
Tim Keller diz, não literalmente no livro em causa, que o que nos afasta de Deus é, sobretudo, o que pensamos que fazemos mesmo bem.
Neste livro, falando sobre falsos deuses, ele diz que o nossos falsos deuses são coisas boas, que adulterámos, buscando nelas o que deveríamos buscar apenas em Deus. E isso, segundo ele, é idolatria.
Podemos encontrar idolatria em todos os lugares da nossa vida, até na religião, até na nossa pseudo-busca por Deus.
Deixo-vos algumas citações:
"Idolatry functions widely inside religious communities when doctrinal truth is elevated to the position of a false god."... "The sign that you have slipped into this form of self-justifiction is that you become what the book of Proverbs calls a scoffer. Scoffers always show contempt and disdain for opponents rather than graciousness."
"Another form of idolatry... turns spiritual gifts and ministry success into a counterfeit god."... Spiritual gifts (talent, hability, performance, growth) are often mistaken for what the Bible calls spiritual fruit."
"Another kind of religious idolatry has to do with moral living itself."... "Because we have lived virtuous lives, we feel that God (and other people we meet) owe us respect and support."
Sigo para ler o segundo dos quatro livros que adquiri.
4 comentários:
Não conheço o livro, e temo fazer um comentário que vá ao lado do ponto que o autor tenta definir. Mas causa-me algum desconforto essa primeira citação que aí tens. E explico brevemente.
Concordo que a presunção ou mesmo o facto de se saber que se conhece a doutrina verdadeira, dito doutra forma, os dogmas da fé, se são para nós como meio de auto-justificação perante Deus, erramos redondamente e pecamos contra Deus. Mas pecamos porque o ídolo, aí, somos nós, que achamos que numa busca espiritual militante alcançamos a plenitude da verdade revelada por Deus. Não pecamos porque a verdade doutrinal, o dogma, é verdadeiro irredutivelmente.
Jesus que é a Palavra, que é a Verdade, que é a Verdade que liberta,e sendo a Verdade que não muda, não deixa margens para dúvidas de que a Verdade existe. E a Verdade doutrinal não é outra coisa senão a afirmação categórica desta Palavra sem concessões. Por outras palavras, é falar a Palavra, é falar de Jesus. Assim, dizer que verdade doutrinal pode ser um ídolo é estranho, porque a Verdade de que aqui falamos é o próprio Deus.
Com isto, não estou a dizer que exista alguém, meramente humano, que conheça toda a Verdade. Mas os principais artigos da fé, a Verdade revelada, são dados pela Escritura. E estudá-los, ensiná-los e guardá-los como o mais precioso tesouro não é idolatria, é a verdadeira adoração a Deus. E tudo isto é graça, porque em matéria espiritual, nada sabemos se Deus no-lo tem revelado.
Um abraço!
Olá Miguel.
Concordo com tudo o que disseste. e acho que o autor também.
A doutrina e o dogma existem em função de Deus, Deus é que está no centro. A crença é inegociável, não por ser crença em si, mas por ser crença acerca de um Deus Soberano que ,esse sim, é inegociável.
Parece apenas um pormenor, mas não é. Jesus criticou a certa altura os fariseus por esse pecado. a sua doutrina era impecável, e até elogiada pelo Senhor, mas o centro das vidas deles estava na doutrina em si e não no Deus que tinha levado à doutrina.
Consegui explicar um pouco melhor a citação dele?
Abraço para ti. Tenho saudades tuas.
Ismael, és tu o Complôt? :D
A Liliana é que é a Complôt. Abraço.
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