Acabei de ler um livro que trata, do que muitos chamam de “A
polémica doutrina da expiação definida”. Não vejo nada polémico nela, e vejo
tudo de Bíblico nela.
Mais do que tratar de uma expiação definida para os eleitos,
o que cremos é que Jesus salvou todos aqueles por quem morreu. Esta é uma
certeza Bíblica que glorifica o poder e soberania de Deus.
Mas pensemos que não teria sido assim. Jesus teria morrido
por pessoas que mesmo expiadas iriam para o inferno. Só escrever esta frase,
faz-me perceber o quão errado é isto.
Será que Deus teria no Seu plano eleger algumas pessoas
(Como de facto tem), mas a obra de Cristo não se submeteria a esse mesmo plano,
sendo universalista? Se o Pai não é universalista, então, porque razão seria o Filho?
Volto à primeira questão, porque creio que é pertinente. Se
Jesus morreu por todos, então todos estão expiados do seu pecado, e se é assim,
ao serem condenados no inferno, não estarão a pagar pelo seu pecado duas vezes?
Uma vez que já foi pago?
Por outro lado, se cremos na soberania de Deus, se cremos
que tudo o que Ele deseja acontece, se cremos que Jesus cumpriu cabalmente o
plano do Pai, e se cremos que Jesus morreu, expiando o pecado de todas as
pessoas sem exceção, teremos que continuar honestamente e afirmar uma salvação
universalista. Coisa que nem a Bíblia nem a experiência nos comprova como sendo
verdade.
Quando penso na expiação, penso na eficácia da morte de Cristo.
Lembro-me de Paulo em Romanos 8:29-30. Será que há, sequer alguma margem, para
pensarmos que alguém que Deus tenha predestinado, não tenha salvo também? Claro
que não. A razão para isto é que Deus está ativamente envolvido em todo o
processo de salvação do Seu povo.
Não somos nós que escolhemos a Deus, mas Ele a nós. Esta
certeza dá-nos a maravilhosa segurança de que quem tem que ser salvo, será
salvo. Mérito nenhum a nós, toda a glória ao Senhor.
Damos glória a Deus porque Ele nos salvou de uma forma tão eficaz,
completa e maravilhosa nos salvou. Não há mérito nenhum, nem razão nenhuma
aparente para que isso tivesse acontecido connosco, mas aconteceu. E assim
acontecerá que todos os que ele predestinou na eternidade, sem excepção.
Damos glória a Deus porque sabemos que o esforço missionário
será sempre bem-sucedido. O sucesso de missões não está no nosso trabalho, mas
é garantido pela eficácia da cruz e pelo poder do Espírito Santo. Assim o povo
de Deus avançará sempre confiante para a evangelização, sabendo é que é “Deus
quem opera em vós tanto o querer quanto o realizar.”
O livro que acabei de ler é “Do céu Cristo veio busca-la”,
ed. David Gibson & Jonathan Gibson
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