segunda-feira, janeiro 26, 2015

Advogado de Jacó

A história de Jacó sempre foi daqueles mistérios insondáveis que vagueiam na minha mente.
No fundo, é quando tento entender assuntos que não são do meu rosário, que se torna ainda mais insondável para mim.
Quando tento entender a razão de Deus ter escolhido Jacó e não Esaú (não tenho nada a ver com isso), ou porque é que Deus, na altura, permitiu o engando, a mentira e a blasfémia de usar o Nome dEle em vão (também não é nada da minha conta), e outras questões como estas que não estão na história da personagem Bíblia em causa como, "Porquê eu?", "porque é que fizeste isto?", "porque é que não ages?", etc.
Quase que arrisco dizer que "porquê" é uma palavra muito arrogante e ofensiva para se usar com o Senhor. Isto, se somos submissos a Ele.

Voltando à história...
Algumas informações importantes:
Primeiro, Esaú tinha, de forma néscia, vendido a sua primogenitura por um guisado de lentilhas. Então porque é que depois ele se "habilita" a receber a bênção do primogénito? Com certeza, quando vendeu a sua condição ao seu irmão, não o disse ao seu pai e (digo eu, não o Senhor) pensava que a coisa podia passar assim mesmo. Não ponderou todas as consequências da sua escolha.

Segundo, parece que as mulheres que Esaú tinha escolhido para si, não eram do povo de Abraão, e isso era mau, como sempre foi, aos olhos de Deus, mas trabalhoso, amargoso e pesado ao espírito dos pais Isaque e Rebeca.
Aposto que parte da razão (a outra parte era por pura, simples e carnal predileção de Rebeca por Jacó) para Rebeca ter maquinado este complô todo, foi por não querer que noras gentias ficassem com a Bênção que era para um povo escolhido.

Terceiro, Jacó está reticente quanto ao que vai fazer para enganar o seu pai. É Rebeca quem o ordena a tal, e até dá o "corpo ao manifesto" se alguma coisa correr mal.

Obviamente que não podemos ilibar Jacó de ter mentido, de ter enganado o irmão pelo seu ponto fraco na altura (a barriga), nem por ter usado o Nome de Deus em vão jurando por Deus. Mas também é verdade que Esaú, provavelmente, já não estaria em boas relações com os pais por causa das suas escolhas matrimoniais, e provavelmente tinha grandes problemas de caráter para vender a primogenitura como vendeu e depois pensar que foi enganado pelo irmão ao não receber a bênçao dessa condição vendida. Para além disso, vemos o caráter de alguém quando, aparentemente, o jogo está perdido. Isaque, depois disto acontecer, abençoa a Jacó e manda-o para outra terra. Esaú, em reação, decide casar-se com outras duas mulheres que também não pertencem ao povo de Deus, apesar de serem filhas de Ismael. Ele decide insistir naquilo que ele sabe que é a maior mágoa dos seus pais em relação a ele.

Peço, portanto, ao tribunal a absolvição de Jacó...

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