terça-feira, maio 29, 2012

Importância

As coisas mais importantes, as que são mesmo inegociáveis na esfera do eterno, as que fazem a diferença mais profunda na vida e que interessam mais, são todas elas impossíveis de alcançarmos pelos nossos esforços.
Se vivemos vidas conquistadas por nós, ou então se lutámos pelo que temos e o que temos é apenas aquilo pelo qual lutámos, então não temos nada que realmente interesse.
A eternidade, a alma, o conhecimento de Deus, a salvação, o propósito da vida, não têm comparação, em nível de importância, com promoções de carreira, dinheiro, vingança, acção social.
As primeiras não são possíveis para nós, logo, são muito mais perenes que as segundas. As últimas, com muito esforço, poderão ser conquistadas, mas o seu valor fica-se por esta vida e nada mais.

Como disse Joel Beeke "as coisas que mais valorizamos são coisas que não conseguimos alcançar." 

Resta-nos a pergunta, "então e não as conseguimos alcançar, porque é que falas delas aqui?" ou então, "Porque é que devemos saber alguma coisa acerca de algo que nos é interditado?"

Eu não disse que estas coisas nos eram interditadas... disse, sim, que não as conseguíamos alcançar. É diferente.
As coisas mais importantes da vida não são conquistáveis, são, antes, concedidas por Deus.

quarta-feira, maio 23, 2012

Trying to make a case

"Que diremos, pois? Permaneceremos no pecado para que a graça seja mais abundante? De modo nenhum! Nós que estamos mortos para o pecado, como viveremos ainda nele?"
Romanos 6:1
O argumento do apóstolo Paulo para não pecarmos não é, desta vez, o castigo de Deus, nem as consequências do pecado. Antes, argumenta com o próprio Evangelho.
Quem foi convertido, quem nasceu de novo, quem passou da morte para a vida, quem é salvo, morreu para o pecado. É uma afirmação. Não é uma possibilidade, nem é uma tarefa e nem tão pouco é um esforço que fazemos pela vida a fora.
Os salvos não permanecem em pecado porque já morreram para o pecado.
Depreende-se que, se permanecermos em pecado, se nunca se der uma volta de arrependimento, se nos sentirmos confortáveis com o pecado, de forma que poderíamos viver sempre assim, então não somos salvos.
É como lemos em Hebreus, em dois textos específicos:
"Porque é impossível que os que já uma vez foram iluminados, e provaram o dom celestial, e se fizeram participantes do Espírito Santo, e provaram a boa Palavra de Deus e as virtudes do século futuro, e recaíram, sejam outras vez renovados para arrependimento; pois assim, quanto a eles, de novo crucificaram o Filho de Deus e o expõem ao vitupério."
Hebreus 6: 4-6
O escritor aqui ainda avança mais um pouco. Ele fala da possibilidade de provarmos, de sermos iluminados e de sermos participantes das bênçãos celestiais (como por exemplo o cônjuge do filho(a) de Deus em I Coríntios 7: 13- 14).
Na nossa experiência, conseguimos sinalizar, facilmente, alguns que sempre andaram no meio da igreja, uns até foram baptizados, até lideraram ministérios, mas depois de algum tempo notou-se que não produziam "frutos dignos de arrependimento". Essa era a sua forma de viver. Mas ao mesmo tempo, agiam de forma externa igual à maioria das pessoas que ali comungavam. Eventualmente essas pessoas, ou tornam-se frias na sua fé vivendo de forma religiosa, ou então abandonaram a igreja. São essas pessoas a que o escritor de Hebreus se refere neste capítulo.
Porque, o mais sério ainda está para vir.
Se ele se estivesse a referir aos cristãos, salvos, Filhos de Deus, que nasceram de novo, ele também estaria a dizer que, se eles caírem, já não há recuperação possível.
Sempre que se fala da suposta perca da salvação, também se fala de uma recuperação dessa mesma salvação. Este texto diz que isso é impossível.
Mas ele não fala dos salvos, fala dos outros de quem falei acima.
Os salvos, esses, preserverarão até ao fim (Marcos 13:13, Filipenses 1:6, Hebreus 10:14, entre muitos outros). 
Tendo isso em mente, compreendemos melhor o que se lê no capítulo 10 do mesmo livro:
"Porque, se pecarmos voluntariamente, depois de termos recebido o conhecimento da verdade, já não resta mais sacrifício pelos pecados, mas uma certa expectação horrível de juízo e ardor de fogo, que há-de devorar os adversários. (...) De quanto maior castigo cuidais vós será julgado merecedor aquele que pisar o Filho de Deus, e tiver por profano o Sangue do Testamento, com que foi santificado, e fizer agravo ao Espírito da graça? (...) O Senhor julgará o Seu povo. Horrenda coisa é cair nas mão do Deus vivo."
Hebreus 10: 26 - 31
Dois apontamentos apenas:
Primeiro, estes que receberam o conhecimento da verdade e que foram santificados, encaixam perfeitamente no grupo de pessoas que Hebreus 6 fala. Tal como Romanos 6 nos diz há impossibilidades que o novo nascimento cria.
Segundo, a expressão "Deus julgará o Seu povo", refere-se ao povo visível, à igreja que e vê, tal como se lê em Ezequiel 34:17, ou em Romanos 9: 6, ou como temos todos visto acontecer nas nossas igrejas, nem toda a igreja visível é salva.
"Trying to make a case" de que a salvação oferecida pelo Senhor aos que a recebem, é segura, e nada nos fará perdê-la.
A interpretação de Hebreus 10 teve a orientação de John Pipper, Hebreus 6 e Romanos 6, a orientação de muitas conversas com amigos e leitura de alguns comentários ao longo te algum tempo. Não anotei toda a bibliografia.
Isto não é original meu.

segunda-feira, maio 21, 2012

Uma coisa é clamar ao Senhor por salvação, outra é resmungar com o Senhor porque a vida não nos corre como queríamos que corresse.

O Senhor ouviu o clamor do Seu povo que vinda do Egipto, "...e ouviu Deus o seu gemido e lembrou-se Deus do Seu concerto com Abraão, com Isaque e com Jacó." Êxodo 3: 24. E aqui inicia o Êxodo do povo de Israel.
Deu chama Moisés, capacita Moisés, faz maravilhas através de Moisés, traz pragas sobrenaturais sobre o Egipto, para libertar o Seu povo (já agora convém dizer que o Senhorio de Deus em toda a situação era tal que o povo não saia da terra porque O coração do Faraó estava endurecido, e tinha sido, exactamente, Deus quem o endureceu. Ele fê-lo para que fosse glorificado também na vida do Faraó), e depois de muita indecisão por parte do Faraó, com claros prejuízo para ele e para o seu povo, lá o povo é libertado com mão poderosa.
Aqui inicia-se um série de, tristes, infantis, humanas, esquecidas e carnais lamentações.
Depois desta libertação poderosa, o Faraó muda de ideias e persegue o povo.
O povo  reage, "Não havia sepulcros no Egipto, para nos tirares de lá, para que morramos neste deserto? Porque nos fizeste isto, que nos tens tirado do Egipto?"
Note-se que a critica do povo face à circunstância até é compreensível, o que não é compreensível é a sua crítica face ao que já tinha visto que o Senhor era capaz. Somos muito esquecidos sempre que se nos deparam circunstâncias terríveis.     
Continuando, o Senhor salva o povo com mão forte. Afoga todo o exército do Faraó no Mar Vermelho.
Moisés e Miriã levam o povo a cantar louvores a Deus, mas logo de seguida...
"O povo murmurou contra Moisés, dizendo: que haveremos de beber?"
Deus deu-lhes água potável para beberem, e logo a seguir...
"Quem dera que nós morrêssemos por mão do Senhor na terra do Egipto, quando estávamos sentados junto às panelas de carne, quando comíamos pão até fartar."
Esquecidos que somos... lembro-vos, eram escravos, não estavam sentados junto à panelas de carne nem nada disso.
Deus dá o maná e o povo come que se consola.

E eu ainda só vou no capítulo 17 de Êxodo. Mais virá...
O que nos alivia é que nós, hoje, já não somos nada assim...

domingo, maio 20, 2012

D'Ele para Ele

"Ora, sem fé é impossível agradar-lhe,..."
Hebreus 11: 6a

É como se estivesse a dizer, "agradas-Me ao perceberes que és inútil, e que dependes de Mim para tudo."
No versículo 1, deste capítulo, recebemos a explicação do que é fé. Deus não se agrada com a nossa "não-fé".
Com o que é visível, palpável, no fundo com o que, naturalmente (no sentido do homem natural em oposição do homem espiritual), nos agrada, é incompatível.
Ele está muito pouco interessado com os nossos afazeres se ele revolverem apenas à nossa volta.
Agrada-Lhe, em nós, exactamente o que não temos, nem vemos, mas que Ele tem.
O Seu maior prazer em nós é Ele próprio em nós.

sexta-feira, maio 18, 2012

Quem não quer, nunca há-de querer

O Faraó não queria deixar sair o povo do Egipto.
Inicialmente esta decisão era vista, para ele, algo como que uma guerra entre deuses.
O que a vara de Arão fazia, os seus magos também faziam. Logo, "que poder tão especial há neste vosso Deus, que me obrigue a deixar este povo sair?", pensava ele.
Mas rapidamente o Senhor vence as artimanhas e ilusões dos magos do Faraó. ultrapassa-os por larga margem. Na terceira praga, a das rãs, os magos imitam mas não conseguem controlá-la. É Moisés que, pedindo ao Senhor faz com que a praga pare.
Daqui em frente, os magos tornam-se apenas espectadores envergonhados.
Daqui em frente o argumento do Faraó acaba.
Nem por isso ele deixa o povo ir. Sucessivamente diz que deixa o povo ir, mas quando a praga passa já não deixa. Nem experimentando em primeira mão a ira e as pragas de Deus, toda a Sua soberania para a qual nenhum dos seus encantadores tinham capacidade de igualar, o Faraó creu.

Para nós, de igual forma, inicialmente crer pode até ser visto como uma guerra entre deuses. O que é que Deus faz, ou fez de tão importante que o meu dinheiro não faça, ou que a minha carreira não me dê? Muitos nunca saem destas questões, e ficam presos ao que supostamente lhes daria mais prazer. São escravos.
Mas logo logo, este competição acaba. Torna-se óbvio demais quem é o mais poderoso, quem fez mais por mim, quem lida com o que mais interessa. É Deus. Mas mesmo assim, muitos não crêem.
Não só são escravos, estão cegos, não vêem com tudo à frente deles.

Não deixe passar a sua vida sem que perceba o mais óbvio. 

Êxodo 7 -11

Oração

Senhor, Orienta o meu coração para eu procurar agradar-Te a Ti, e apenas a Ti.
Que eu busque o Teu reconhecimento e apenas o Teu reconhecimento.

terça-feira, maio 15, 2012

Em tom de comentário à última publicação. Não o leiam antes de lerem o que está abaixo.

... Por essa razão, a Graça de Deus só o é para alguém que se sentir em dívida.
A salvação só o é se me sentir pecador.
Antes de saber que sou amado por Deus, tenho que saber que ofendo a esse mesmo Deus.

Tenho ouvido uma série de palestras acerca de reavivamento...

Ouço falar acerca de pregação.
Pregação acerca da Lei de Deus. Quando oiço falar de "pregação legalista", penso sempre na pregação que serve para dizer que o nosso trabalho é cumprir esta mesma lei. Numa pregação da vontade do homem, num certo elevar das nossas capacidades. É uma pregação que nos leva a pensarmos que tal façanha é possível. Penso, geralmente, que é uma pregação destituída da graça de Deus.

Mas tenho estado errado. Tom Ascol ensina que a "pregação legalista" tem grande importância.
Mas pregar na Lei de Deus é pregar na Lei mais rigorosa, e intolerante, e zelosa que existe.
É pregar que esta lei é impossível de obedecer de forma impecável, é dizer que somos culpados, é dizer que somos miseráveis, que estamos aquém. Logo, a Lei deve ser pregada com toda a sua exigência, para que a culpa do pecado possa ser revelada às mentes dos ouvintes.

A "pregação legalista" tem que anteceder a pregação acerca de Cristo.
A "pregação legalista" traz grande fome por Cristo.
Cristo, a partir daí, tem que ser pregado como a única salvação para o pecador.
Temos que, a partir daí, elevar a pessoa de Cristo como a solução da condição tão miserável em que nos encontramos depois de sermos colocados frente a frente com a Lei de Deus. Ele é a resposta de Deus para o nosso problema, e Deus oferece-nos essa resposta, passando ela a ser a nossa própria resposta.

No reavivamento a pregação de Palavra toma uma posição de grande evidência.

"Visto como na sabedoria de Deus o mundo pela sua sabedoria não conheceu a Deus, aprouve a Deus salvar pela loucura da pregação os que crêem."
I Coríntios 1:21

sábado, maio 12, 2012

Portas Abertas

"E Jonas se levantou para fugir de diante da face do Senhor para Társis; e, descendo a Jope, achou um navio que ia para Társis; pagou, pois, a sua passagem e desceu para dentro dele, para ir com eles para Társis, de diante da face do Senhor."
Jonas 1: 3

Enquanto leio um pequeno capítulo do livro "Amado Timóteo" escrito por Geoff Thomas, o capítulo, bem entendido, porque este livro é escrito por várias pessoas... mas como ia a dizer, ao ler este pequeno capítulo sou chamado para um pormenor que me fez pensar.
É certo que não concordo com tudo o que este pastor sénior escreve, mas com base no texto Bíblico acima escrito, ponho-me a pensar: o que será que passou pela mente de Jonas quando encontrou o barco que ia exactamente para onde ele queria ir, e que custava uma quantia que ele podia pagar?

Será que Jonas também era da mesma opinião que nós em relação às "portas que se abrem" e às "portas que se fecham"? Será que para ele esta era uma porta aberta? As coincidências faziam pensar assim.
Será que um naufrágio como o que Paulo sofreu era uma porta fechada?

Não acham perigoso basearmos a nossa definição de "vontade de Deus" nestes critérios? Claramente, vemos que até o decidir ir, exactamente, para o lado oposto de onde Deus nos quer, pode ser sustentado como sendo a vontade dEle.
Por isso, Deus usa o que de mais óbvio Ele pode usar para percebermos o nosso mau caminho e a nossa ignorância no conhecimento de Deus.
O sofrimento, o peixe grande.

sábado, maio 05, 2012

"Just do it..."

Vivo numa permanente luta entre o fazer e o ser.
Será que quanto mais fizer melhor sou? Será que tenho que justificar a minha vida com o que faço? Todos nós sabemos a resposta certa. Todos, se perguntados, respondemos que "o ser é que impulsiona o fazer". Eu também respondo assim.

E não me entendam mal, eu creio nisso. Creio de tal forma nisso, que percebo que a minha luta é por, na verdade, não viver assim grande parte das vezes.

Também creio que vivemos numa cultura de "fazer". Cada vez mais me incomoda tudo o que é louvor à obra do homem (até conseguimos fazer coisas engraçadas...), às técnicas e ciências humanas que podem "maximizar" o poder do Espírito Santo, todas as filosofias, psicologias, sociologias, pedagogias, e outras "gias" que têm tirado a proeminência da Bíblia na nossa evangelização, ensino, aconselhamento, etc.
Para ouvirem alguém que fala com propriedade deste assunto, oiçam um senhor chamado Paul Washer.

Deus me guarde de ter um coração produtivo de técnicas, ideias e projectos e não ser um coração que ame a Deus e Lhe obedeça apesar das circunstâncias.