Mais um pequeno conto, desta vez, em duas partes.
Parte I
O jardim
A minha casa, encontra-se situada num contexto rural, é uma de muitas moradias, algo que na capital, seria visto como um luxo. Tenho a casa no meio de um serrado, ou seja, tenho terreno à volta de toda a minha casa.
Outrora, esta terra era cultivada: batatas, feijão, favas, ervilhas, couves, tudo, para que poupássemos alguns escudos no mercado.
A minha mãe tinha o quintal por gosto: “gosto de ver as coisas arranjadas…”, dizia ela. O mesmo já não se pode dizer da sua prole, sempre com sacrifício, qual ovelhas para o matadouro, íamos nós para o quintal, de enxada em punho, ou ancinho, ou qualquer que fosse o utensílio agrícola. De facto, olhávamos para tais instrumentos, sem excepção, com raiva e como se fossem os nossos maiores inimigos…
Para tristeza da matriarca, nunca ganhámos prazer nos afazeres agrícolas. O meu irmão até chegou a ir para um curso de engenharia agrónoma, mas agora, é pastor de almas.
“Duro te é recalcitrar sobre os aguilhões…” não eram aguilhões, eram sim a impertinência destes dois irmãos, a uma certa altura (data que me escapa à memória) disse-nos:
- Vou comprar relva, vamos pedir ao senhor Dimas (nosso vizinho) para pôr aqui o seu tractor e vamos pôr relva no quintal.
Aos nossos ouvidos, parecia que tinha dito que tínhamos ganho o euro milhões, ou o totoloto, o euro milhões não existia nos Açores nessa altura (nem nos Açores, nem no Continente). Foi esfusiante a alegria que preencheu os nossos corações. Disse eu, imediatamente:
- Eu quero cortar primeiro a relva com a máquina nova!
Tínhamos mesmo pavor daquele quintal…
Agora, a minha casa tem um minúsculo quintal num cantinho, porque a minha mãe ainda hoje, tem gosto de “ver as coisas arranjadas”, e um jardim a toda sua volta (da casa, bem entendido). É grande esse jardim, sempre que cortamos a relva enchemos o depósito de gasolina da máquina, e, já não é com a alegria, que era antes, que jardinamos, a relva também cansa.
Parte I
O jardim
A minha casa, encontra-se situada num contexto rural, é uma de muitas moradias, algo que na capital, seria visto como um luxo. Tenho a casa no meio de um serrado, ou seja, tenho terreno à volta de toda a minha casa.
Outrora, esta terra era cultivada: batatas, feijão, favas, ervilhas, couves, tudo, para que poupássemos alguns escudos no mercado.
A minha mãe tinha o quintal por gosto: “gosto de ver as coisas arranjadas…”, dizia ela. O mesmo já não se pode dizer da sua prole, sempre com sacrifício, qual ovelhas para o matadouro, íamos nós para o quintal, de enxada em punho, ou ancinho, ou qualquer que fosse o utensílio agrícola. De facto, olhávamos para tais instrumentos, sem excepção, com raiva e como se fossem os nossos maiores inimigos…
Para tristeza da matriarca, nunca ganhámos prazer nos afazeres agrícolas. O meu irmão até chegou a ir para um curso de engenharia agrónoma, mas agora, é pastor de almas.
“Duro te é recalcitrar sobre os aguilhões…” não eram aguilhões, eram sim a impertinência destes dois irmãos, a uma certa altura (data que me escapa à memória) disse-nos:
- Vou comprar relva, vamos pedir ao senhor Dimas (nosso vizinho) para pôr aqui o seu tractor e vamos pôr relva no quintal.
Aos nossos ouvidos, parecia que tinha dito que tínhamos ganho o euro milhões, ou o totoloto, o euro milhões não existia nos Açores nessa altura (nem nos Açores, nem no Continente). Foi esfusiante a alegria que preencheu os nossos corações. Disse eu, imediatamente:
- Eu quero cortar primeiro a relva com a máquina nova!
Tínhamos mesmo pavor daquele quintal…
Agora, a minha casa tem um minúsculo quintal num cantinho, porque a minha mãe ainda hoje, tem gosto de “ver as coisas arranjadas”, e um jardim a toda sua volta (da casa, bem entendido). É grande esse jardim, sempre que cortamos a relva enchemos o depósito de gasolina da máquina, e, já não é com a alegria, que era antes, que jardinamos, a relva também cansa.
1 comentário:
Cansa, cansa, eu que o diga que tenho uns centimetros de relva num jardim tipo canteiro...LOL
Enviar um comentário